A catarata é a maior causa de cegueira reversível nos países desenvolvidos. Estima-se que acomete 50% dos indivíduos acima de 65 anos.
Na catarata ocorre opacidade do cristalino, uma lente intra-ocular situada atrás da íris. Geralmente é bilateral, mas pode ser assimétrica.
A catarata pode ser congênita (ao nascimento) ou adquirida. A mais freqüente é relacionada à idade. Vários fatores de risco podem provocar ou acelerar a catarata como medicamentos (corticóides), doenças metabólicas (diabetes), trauma ocular, inflamação intra-ocular (uveíte), cirurgia intra-ocular prévia (cirurgia de glaucoma), etc.
O paciente com catarata queixa-se de borramento da visão, halos, dificuldade à luz, alteração das cores e até visão dupla. A catarata não causa dor.
O tratamento é cirúrgico. Atualmente é possível realizar a cirurgia através de uma pequena incisão (2,75 mm) com a técnica da facoemulsificação e implante de lente intra-ocular dobrável (monofocal ou multifocal). A recuperação visual é mais rápida e o paciente retorna à suas atividades mais precocemente quando comparada com a técnica extra-capsular, além de induzir menor astigmatismo pós-operatório.
É um aumento exagerado na curvatura da córnea, causando astigmatismo alto e freqüentemente irregular. Há diversos graus de ceratocone sendo que o tratamento varia desde o uso de óculos e lentes de contato até transplante de córnea para os casos mais graves.
É uma das causas mais freqüentes de atendimento na urgência oftalmológica. Apesar de parecer simples retirar determinado corpo estranho do olho, esse gesto pode trazer sérias conseqüências. Sem um exame oftalmológico não podemos ter certeza da gravidade do problema. Às vezes um pequeno corpo estranho pode perfurar a córnea e penetrar no olho e os sintomas podem ser mínimos no início. Outras vezes um corpo estranho de origem vegetal pode causar uma infecção por fungo extremamente grave. Mais uma vez prevenir leva ao melhor resultado. Usar óculos de proteção quando indicados.
É uma doença do nervo óptico geralmente causada por aumento da pressão ocular. Qual a pressão normal? Não há um número exato, somente avaliando pessoa por pessoa.
Estima-se que no Brasil 900 mil pessoas têm glaucoma.
O glaucoma crônico de ângulo aberto é o mais comum (80% dos casos) e não causa sintomas. Inicialmente o paciente perde o campo de visão (visão periférica) e somente no final é que perde a visão central.
O diagnóstico é feito pelo exame oftalmológico, incluindo a tonometria de aplanação (medida da pressão ocular), exame do disco óptico (fundo do olho) e campimetria.
O grupo de risco inclui paciente acima de 40 anos, raça negra, diabetes, pacientes com trauma ocular ou doença intra-ocular e com antecedente familiar de glaucoma.
Como não causa sintomas, para detectar precocemente é necessário exame oftalmológico anual. O glaucoma não tem cura e sim controle, com medicação tópica (colírio) ou cirurgia.
O glaucoma pode causar cegueira irreversível se não tratado.
É uma degeneração da conjuntiva (membrana que recobre o olho) associada à exposição solar (radiação ultravioleta) e condições ambientais adversas, além do fator genético (predisposição). Caracteriza-se por um tecido fibroso que cresce em direção à córnea mais comumente na área nasal e/ou temporal. Muitas vezes é erroneamente chamado de catarata. Pode causar sintomas de irritação ocular, induzir astigmatismo e, se muito grande, causar baixa de visão.
A prevenção leva sempre ao melhor resultado.
A queimadura pode ser térmica, química e física. A gravidade e prognóstico (resultado) vão depender da natureza e tempo de exposição ao produto e extensão da queimadura.
A queimadura química ocular é uma das mais graves. Em casos de acidente com produto químico de qualquer natureza, ácido ou álcali (por exemplo, cal) é fundamental fazer irrigação dos olhos imediatamente com água corrente, por pelo menos 15 minutos. Não deve ser feita oclusão (“tampão”) dos olhos, porque aumenta o contato e penetração do produto na superfície ocular podendo aumentar a queimadura. Após a irrigação, procurar o oftalmologista com urgência. Não usar medicação (colírios) sem avaliação do especialista. CUIDADO: o colírio de anestésico, diminuindo a sensibilidade ocular, pode dar a falsa idéia de que a queimadura é leve.